Bons amigos

Uma água de coco,

Um sol no rosto,

Bicicleta,

Quieta.

Bons amigos,

Não mais que isso!

Sem mistério...

Não levo a sério!

Carola Guimarães 

Rumo à Farda Branca

Recomeço, denovo! Parece que foi aqui que as coisas tinham parado... Há cerca de 4 anos, quando decidi voltar ao sonho da farda. Já lhes contei sobre isso? Bom, vou começar do começo...

No ensino médio, por volta dos 16, eu tinha minha preferência por exatas. E também um sonho pela carreira militar. No fim das contas, parei na saúde, Dentista! A minha primeira opção era o Bacharelado em Física, mas tinha também uma paixão pela carreira de militares.

Após terminar a faculdade, me apaixonei pela clínica, pela Endodontia, pela vida de consultório! Mas entre tantas opções, apareceu uma possibilidade de unir isso tudo com uma maior estabilidade, e é claro, uma farda! 

Despertei pra isso novamente em 2019. Eu tinha acabado de voltar aos treinos na piscina, logo, pedi ao professor pra me ajudar na preparação para o TAF. E foi assim que começou minha história com meu técnico favorito! Eu tinha um desafio de corrida, barra, abdominais, flexões de braço... Tudo parecia tão distante e difícil! Mas eu estava ali focada para que tudo desse certo! 

Eu me inscrevi no concurso, comecei os estudos, os treinos... Até que... O meu momento familiar não me favorecia em nada para esse ingresso. Interrompi os estudos, mas segui treinando pela saúde e todos benefícios que o universo do esporte me oferecia!

Já se passaram 4 anos, meu momento mudou! Não há impedimentos, não há nada que me prenda... De repente, essa liberdade toda me faz lembrar que é possível recomeçar qualquer coisa!

E vou recomeçar, valendo a partir de hoje. Colocando bastante fé! Em fevereiro farei a prova com possibilidade de vestir a farda branca. E se não der nesse, vou perseguir até chegar minha vez!

O TAF? Hoje nem preocupo com ele! E essa etapa já considero vencida! Porque já bati os tempos definidos em prova. Então, não serão metas impossíveis!

Mas, o desafio maior é a mente! Foco! Disciplina! Perseguir um alvo não é fácil... Mas eu vou perserverante! Torce por mim? Ou melhor... Ora por mim?

Carola Guimarães

Ego ferido

Eu tô descobrindo

O quanto que dói 

Ego ferido...

A consciência 

Gritando,

Me lembrando:

É egoísmo!

Livre-se disso!

Carola Guimarães 

Meus terapêuticos favoritos: o mar, o violão, o bloco de notas! Muitas vezes, os 3 ao mesmo tempo! Pra hoje, uma dose de palavras escritas.

Um passo, um recomeço! Preciso de foco, determinação e muita garra. Eu já sei que não vai ser fácil... Nunca é! Deixar coisas no passado sempre dói um pouco, e quase sempre, essas coisas levam um pedacinho de mim.

Preciso me despedir de sentimentos que já não me valem mais, das coisas que estão me pesando na bagagem! E cada vez mais, me despir do que eu não sou, me vestir de mim! 

Que venham os próximos desafios, estou disposta! Que eu possa ter força... E que as próximas semanas sejam com o mesmo foco da semana passada! Atingi exatamente o que me propus, nos 45'12" e nos 60'

Intensidade

A intensidade,

A intensa idade...

Às vezes, tensa idade!

Não deixa pela metade,

Vai com vontade!

Sou intensa, verdade!

Carola Guimarães 

TPM

Devorei o que vi,

E nem sei se senti.

Insuportável,

Impaciente,

Me silencio,

Afasto,

Me irrito,

Sem riso.

Não me queira por perto,

Estou com Tudo Precisando Melhorar...

Carola Guimarães 

Clara

Gosto de ser prática,

Clara,

Direta,

Sem voltas!

Sem entrelinhas,

A menos aqui!

No mais,

É fácil saber de mim!

Carola Guimarães

Intenções claras, sentimentos claros, chateações, gostos, preferências... Eu sempre vou dizer e deixar tudo às claras! Mas se eu não disser, talvez, é porque não estou ligando muito... Talvez eu já tenha deixado de mão.

Não é difícil

Eu gosto de receber "bom dia",

Uma interação aleatória,

Ouvir minhas histórias,

E quando conta as suas!

Nem sou exigente com atenção,

Mas gosto dessa reciprocidade,

Me conquista,

Me ganha, 

Me prende,

Atende...

E fico! 

Não me faço difícil...

Carola Guimarães 

Sobre os retratos

Não são os retratos...

É o seu tato!

Que meu corpo insiste em lembrar

E ao lhe ver assim quer desejar...

Desperta meu lado instintivo,

Meu pensamento límbico,

E se não me policio? 

Ah, soldado... Nem digo!

Carola Guimarães

Despedidas

A maioria das minhas despedidas foram difíceis. Até quando eu tinha apenas 11 anos, sair de Águas Belas foi um pouco dolorido. Eu nem entendia nada direito, e tava feliz por estar indo a uma nova cidade. Mas eu sabia que sentiria falta de alguns (poucos) amigos, da casa da árvore, das aventuras na serra do Comunati, de Ralf, Eulália, Cora, Huguinho... E depois de pouco tempo eu já não sentia tanto a falta deles, era só uma saudade. Mas não doía.

Aos 14, me despedir de Paulo Afonso foi mais difícil. Alex, Jandeir, Daoud, Bel, Brígida... Nossas noites de música seriam mais interessantes se eu tivesse aprendido violão naquela época. Até hoje penso em Paulo Afonso com carinho. Só não sinto falta do calor, como é quente aquela cidade!

Despedir-se de alguém quando a mudança aconteceu dentro de mim é ainda mais difícil hoje. Aos 33, me despedi de alguém que eu pensava que estaria ao meu lado a vida inteira. Mas nossos caminhos começaram a mudar, e assim, ficamos opostos demais pra caminhar juntos. E já se passaram 7 meses, acho que está cicatrizando. Não estou sentindo a dor...

Tenho me despedido de "amigos", e de repente me vejo mais só e silenciosa. E essa despedia também é resultado de uma transformação dentro de mim... Não sem dor, mas com a certeza de que a caminhada aos poucos vai melhorar.

E eu fico ali pensando por uns bons dias, silencio, evito, falo pouco, tento colocar meus "muros".

Eu tô tentando melhorar, me cercar de pessoas com reciprocidade... Estou também com medo de pessoas novas. Parece que as pessoas vão mergulhar no meu interior, fazer um turbilhão, jogar água pra todo lado, me espalhar por aí... Quem sabe até carregar alguns baldes bem cheios. E quando tiver raso é que eu percebo que não posso permitir mais a entrada dessa pessoa. Aí, eu tenho que ficar sozinha, e com dor, pra me encher de mim novamente. 

Eu gosto de atenção, de carinho, de quem me dá bom dia de graça. Amo recirpocidade! De chamar pra sair e ter companhia, sem desculpas. Gosto quando alguém lembra de mim e me diz isso mesmo sem palavras. Gosto de quem respeita quem eu sou, desse jeito que eu sou. Admiro as pessoas que sabem ouvir! Que prestam atenção... E conseguem lembrar de um detalhe meu.

Eu não queria, mas acho que ainda tenho muitas despedidas pela frente... Espero que sejam com menos bagunça dentro de mim. A bagunça que fica sempre dói. Eu sou dramática, sensível, amorosa e intensa. Mas eu estou aprendendo com a vida... Meus muros estão um pouco mais altos... E a catraca da frente já não deixa qualquer um entrar.

Carola Guimarães 

Resets

O primeiro reset foi em meados de julho. Foi um abraço pra apagar uma ideia errada sobre mim mesma. O sentimento era sobre mim, expectativa minhas, um lembrete para mim de que ainda há possibilidades... E que eu realmente não me importava mais com o passado. E a partir dali, deixei um pedaço pra trás. Quebrei minhas regras pra reinventar um novo eu. 

Outro restart veio pra eu ver que nem sempre sei identificar boas e más intenções. Pra separar alguns olhares e pessoas que pesam. E continua sendo a meu respeito.

Um domingo singular. "Olhe pra si com mais amor". Eu tô aqui, reiniciando um novo amor próprio. Eu sempre me achei tão confiante e independente... E nem percebo que invento sempre uma forma de esconder de mim mesma os medos e frustrações.

Em outro momento, fim de corrida, mas, reinício de mim. De novo sobre mim! Um empurrão me fez chegar mais longe, aliás, mais rápido! "Eu sou capaz"... É isso que esse reinício me lembra.

É simples, é atencioso, carinhoso, sem maldade ou segundas intenções. Não tem a ver com romance, não tem! Tem um respeito profundo. De nós dois! Na melhor das nossas intenções, a gente se cruzou pra eu reiniciar algumas vezes. E provavelmente, em algum tempo, estejamos muito distantes pra ter novos "resets". Mas eu sou grata por tuDu.

Carola Guimarães

Dramática

Uma pausa no meu dia,

Um momento de terapia.

É tanto que tenho guardado,

É tanto pra colocar pra fora,

Mas, não dá pra ser tudo agora.

Como se fosse simples,

Como se não sentisse,

Eu fui virando as páginas,

Guardando as lágrimas,

Na verdade eu sou dramática...

Quase novela mexicana,

Sou latino-americana,

E espero aqui,

Cadê meu final feliz?

Carola Guimarães 

Muita água

Eu tenho um pesadelo recorrente há uns anos. No pesadelo está acontecendo um "fim do mundo" em água. Às vezes é chuva, outras é tsunami, em outras eu tô num naufrágio. Mas é sempre a mesma sensação: água, muita água! Eu sei nadar, e sempre há formas de me salvar no pesadelo, só que sempre é nadando. 

Nem parece um pesadelo se eu descrevo dessa forma, né? Só que tem um porém, eu sempre tenho alguém pra salvar. E esse é justamente o lance do pesadelo... Na minha última consulta com a Jacy ela me disse: "você só pode salvar alguém se salvar primeiro". E nós nem estávamos falando do meu pesadelo. 

Não é preciso pensar muito pra entender meu pesadelo... Nem pra saber que a Jacy tem toda razão. Eu estou há 34 vivenciando esse pesadelo de toda forma possível. E me sinto sufocada por tanta água me cercando. E é pura ironia eu ser nadadora e amar a sensação do mar ou da piscina me abraçando com o maior mundaréu de água!

Eu tô lutando pra conseguir focar na orientação à frente, dar braçadas em direção à minha salvação. Concentrada, sem ouvir outras vozes. Tentando não pensar se alguém vai precisar de um anti-fog, um óculos reserva, uma bóia, vaselina, ou qualquer coisa. Foco e concentração tem sido meu desafio em várias áreas da minha vida. 

Preciso parar, respirar, concentrar! Eu preciso me salvar! E quanto aos julgamentos alheios... Não sei como vou lidar com isso ainda. Mas tenho certeza que vou dar um jeito! Eu sempre dou um jeito!

Carola Guimarães 

Cale já

Aos 16, calos na mão esquerda,

Pontas dos dedos, coisa de violão.

Haja queratina, hoje nem sinto,

Pouca digital, mas, tudo protegido.

Aos 21, limas calejaram o lado direito,

Também nas pontas dos dedos.

Vida de Endodontista,

Sigo especialista.

O esporte também tem me marcado,

E sigo colecionando calos:

Calos nos pulsos pela natação,

E na palma da mão pela musculação.

Os pés? Agora que começaram,

A corrida os maltrataram...

Mas, me calo, sem reclamar,

Eu não vou desistir,

Só machuca no começo,

Logo não vou mais sentir...

Carola Guimarães