sexta-feira, 1 de maio de 2009

Um Fragmento - Parte II

Marazul, que linda Marazul! Eu sempre gostei de ir passar férias lá e agora era meu lar. Já tinha amigos de infância no residencial que estava morando. E não demorou pra que eu fizesse muitos outros amigos. Ah, eu adorava!
Escola nova, amigos novos! Pessoas diferentes. No coração uma saudade: saudade da Terradechico.
Início de uma nova atividade: futsal no sangue! Ah meu Deus! Eu era péssima, cansei de fazer gols contra, perder gols feitos, fazer passes errados, tocar pra fora, ratar a bola... Eu era muito ruim, e só conseguia jogar quando pedia linha, porque ninguém me tirava pra jogar.
Aquela quadra, como eu amava! Fiz tantos amigos! Foi lá que conheci o Juquinha. Nossa, que menino legal! Logo na primeira vez que jogamos juntos, já pensei: "Se não me apaixonar por ele, tenho certeza que seremos grandes amigos!" Que premonição mais (in)feliz.
Não, não foi logo de cara essa paixonite. Éramos bons amigos, ótimos! Um amigo que me divertia, e eu adorava jogar no mesmo time que ele. E mais ainda quando não jogava, ele me perturbava tanto...
Ele jogava muito bem, era um dos melhores! E ia em família também. Eu ia com meus irmãos. Ele com a irmã, prima e o pai. Adorava o pai dele, e ele era o único que me colocava no time dele.
Ainda nos primeiro ano em Marazul eu pensava no João (Coisa de maluco!). Mas como já disse, foi de repente que parei e num lembro quando foi.
Mas sei que o segundo garoto que marcou minha vida foi o Juca. Ele sim, tenho certeza que foi meu primeiro amor.
Porque eu me sentia o máximo por estar perto dele. Porque o tempo passava sem sentir quando estávamos na pracinha tocando violão. Porque passávamos horas à beira da piscina falando de música, física (que ele detestava e eu amava.), dos nossos rachas, das ondas, do mar, dos nossos pais, dos nossos irmãos... De tanta coisa que nem lembro mais. Só sei que o tempo voava. E eu? Uau, achava o máximo. Mas pensava que era apenas uma boa amizade.
Um final de ano desses, estava ele ferrado em física. E eu, como boa amiga que adorava física, por que não ajudar? Eu adorava.
E foi pouco tempo depois dessas aulas de física que veio a acontecer. Vieram as férias... Uma das melhores que tive! Época boa, todo dia na pracinha, uma diversão em grupo: criar filmes. Nossa que filmes de terror mais comédias. Eram puro trash.
Foi na época em que aconteceu o pedido. Em plenos desesseis anos, um garoto de quinze.
O dia? Por que não um dia especial? Aniversário de mainha, que coincide com o aniversário do nosso amigo Caio. Ele foi pra festa do Caio, eu estava na festa da minha mãe. Mas dei um jeito de ir parar na Festa do Caio.
Como eu fiquei sem jeito! Nunca tinha ficado daquele jeito. Mas achei o máximo ver aqueles olhos castanhos olhando os meus de um jeito tímido, mas tão mágico! Brilhavam. Aposto que os meus também. Lembro de quando a mão dele tocou a minha...
Mas eu não disse que sim. Também não disse que não. Apenas uma pergunta: "tem certeza?". E um pedido pra me dar um tempo. Aliás, num podia ser tão fácil, né?! Meu coração disparado explodia dentro da minha pequena caixa toráxica. Não dormi a noite. Filmamos a cena mais idiota do filme! Eu e Leila numa prosa mais sem pé-nem-cabeça.
Nossa, tenho muitas histórias do Juca Pedro. Acho melhor fragmentar em mais fragmentos. Esse já está bem extenso.

Carola Guimarães

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