segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Por do Sol no Urutu


Um por do sol na praia,
Dentro do mar, no Urutu.
Bons amigos, bons ventos,
Uma boa lembrança no tempo.

Estive longe, um pouco distante...
Reflexiva,
Mas, tentando viver cada instante.

Esteja no lugar que sua cabeça está.
Coloque também o seu coração,
Não vale viver sem emoção!
E se você perceber que não é ali,
Ali também não será o seu lugar.

O sol de despediu em passos rápidos,
Entrou, passou entre os prédios a baixo.
Braçadas olhando pra esquerda,
Tentando guardar um pouco mais daquele momento,
Mas não é possível congelar o tempo,
A gente não vive numa fotografia!

Mas consigo registrar aqui o sentimento,
Uma foto pra lembrar o momento,
E quando eu quiser voltar lá,
Eu venho aqui, vejo, releio.
Descobri que essa é minha máquina do tempo!

Carola Guimarães


P.S.: Um amigo me mandou uma oração esses dias. Ela tem me valido demais pra reflexão e oração!

Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que eu não posso modificar; Coragem para modificar aquelas que eu posso e sabedoria para distinguir umas das outras.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Comigo mesma

Tenho passado esse tempo aqui
Nunca é demais pra refletir
Seja em um lugar barulhento
Entro no silêncio do meu pensamento...

Eu consigo me encontrar e me perder dentro de mim
E aos poucos descobrir o que sempre esteve aqui...
De onde eu não deveria ter saído,
Coisas que eu não deveria ter mudado...

Parece que voltei no tempo,
Encontrei a velha Carola num flashtime!
Só que tanta coisa já passou...

Retorno ao mergulho,
Retorno à ação,
Ao mundo que estava esquecido...
E parece que estava tudo me esperando,
Questionando meu sumiço!

Sem lápis, sem papel, 
Um app e um céu.
Música boa e minha companhia.
Sombra, um bom livro...
A praça mudou bastante,
O flashtime em um instante...

Carola, acorda, seja essa pessoa!
Não deixe, não pare, não silencie, não cale!
Agora floresça, reabasteça, fortaleça,
Mantenha sua essência!

E quando o tempo passar
O que você vai ter pra lembrar?
Não esqueça:
Permaneça consigo mesma! 

Carola Guimarães

Hoje parei na velha Vera Arruda, eu, eu mesma e eu. Um bom livro pra ler, uma boa sombra, uma brisa suave, música nos fones... Que saudade de fazer coisas comigo! ❤️

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

As sessões

Costumo imaginar que minha mente é uma pinacoteca. O filme "Divertidamente" ilustrou muito bem o que minha criatividade define sobre minha "sala de comandos". É tudo totalmente organizado por sequência cronológica e temas. No hall dos dias em que sinto um grande orgulho de mim, se encontram a minha aprovação no vestibular e minha formatura. Acho que são os quadros em destaque na sessão. Mas tem também o dia que consegui andar de bicleta sem rodinhas, dias de troféus e medalhas. Dias pra eu lembrar que preciso ter orgulho das minhas lutas e conquistas. Como é bom sentir que houveram lutas grandes, mas o bônus também veio.

Odeio passar pela sessão de "constrangimento". Que lugar doloroso! Minha mente teima em voltar no tempo pra reviver essas memórias. Preciso focar no aprendizado de cada situação, e não no pior que vivi. Olho pra uma cena e consigo sentir o rubor do meu rosto. Quantos erros cometi... Quantas vezes falei bobagem! Foram tantas decisões erradas que já tomei... Frases pequenas. Outras vezes a vergonha é por ter ficado em silêncio. Uma vez na sétima série eu fiz um desenho pejorativo de uma colega. Desenhei como se ela parecesse um Chihuahua, desenhei a franja desajeitada dela, e olhos pequenos que ela tinha. Eu nunca entreguei o desenho a ninguém, mas eu tenho a maior vergonha por ter feito esse desenho aos 12 anos. Vale lembrar que eu tinha uma coleção de caricaturas e bilhetes maldosos feitos por essa mesma colega, e mainha sempre me consolava dizendo que ela fazia isso porque me admirava muito. Será?

Eu nunca fui alguém de auto estima alta. Muito bullying na época escolar me tornaram uma cdf cada vez mais chata. Na faculdade isso mudou um pouco, na verdade, o bullying era diferente. Estudar com os próprios irmãos na mesma sala acaba misturando um pouco a zona de casa e a social. Metade dos meus contemporâneos na faculdade, juram que meu nome é Carola. Que é meu apelido favorito, que sempre julguei ser permitido apenas para minhas pessoas favoritas, já que é assim que minha família me chama. 

Na faculdade eu tentei ser uma pessoa mais social, conheci muitas pessoas, fiz bons amigos. Não perdia uma festinha, fosse de qualquer período, eu estava lá, socializando. E eu já não me julgava como uma cdf das mais chatas. Eu até acho que deixei essa cdf mais chata na sétima série, junto com o desenho do chihuahua.

A vida passa com fases, e parece que as sessões vão se organizando... Assim fui me tornando quem sou. E continuo mudando tanto todo dia! 

Com as dificuldades diárias, eu não posso esquecer de olhar pra mim. Olhar no espelho e tentar enxergar que no mar de defeitos horríveis, há também qualidades distintas. Há alguém importante. Há alguém que precisa de cuidados diários. E pensar um pouco mais em si, mesmo que outros estejam pelo caminho. Não posso deixar de seguir os mandamentos mais importantes: amar a Deus e amar ao próximo como a mim mesma. Por isso é tão importante me amar. Por isso é tão importante aprender a dizer não.

Não posso negligenciar meus sentimentos, tenho me sentido uma bomba, pronta a explodir em qualquer momento, sem que ninguém perceba que eu estou forçando pra mostrar só o meu melhor. Mas no limite, as faíscas ruins estão saindo e machucando pessoas que eu amo. Uma pausa, um respirar.

Não quero viver na sessão do constrangimento, rasgando desenhos antigos e bilhetes que nunca vou entregar. Quero respirar, olhar em volta e poder sentir. Sem mágoas, sem ressentimentos. E poder devolver a maior leveza que eu amo carregar. E quando no mar, seja só a trilha sonora boa. Sem pensamentos no que me magoa do passado. Que eu possa nadar até a Costa do Marfim e me sentir livre e feliz em cada braçada. 

Carola Guimarães

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Sobre os 50

Largada intensa, pouca respiração. Tento fazer 1 pra cada 4 braçadas. Aproveitando bastante para deslizar, invisto na técnica. A ida parece uma brincadeira, é mais suave. Traz adrenalina, mas acho que tenho controle do ritmo de braçadas e pernadas.

Vejo a borda se aproximando, inspiro fundo e tento fazer o giro mais breve possível, é hora da virada. Tento entrar no universo de bolhas que eu criei, um impulso rápido! Tenho tentado bloquear a primeira respiração. Depois, respiro. Virar, voltar e mandar a maior intensidade.

Agora parece que não consigo controlar muito a respiração, e acabo fazendo 1 pra cada 3 ou pra cada 2. Até avistar a marca dos 12,5. Passo um pouco da linha dos 12,5m, agora já não sinto tanto meu ritmo, parece descompassado, mas é tão intenso de pernadas e braçadas que parece anestesiar a mente. Bloqueio a respiração, tento chegar até a outra borda. Cheguei, sem ar, cansada, sensação de faltar pernas.

Nos 50 metros, AN1, ou qualquer intensidade... Sempre há volta. A piscina é de 25m, então, eu vou, giro e volto. Sempre há volta. A volta é sempre mais difícil, mas eu consigo chegar lá. Marco o tempo, 43''. Sei que posso fazer essa volta em menos tempo. Preciso treinar mais para que a volta não pareça infinita, que as pernas não faltem, nem o ar. 

Carola Guimarães 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Terapia

Respira fundo,
Não abraça o mundo.
Esvazia a mente,
Mostra que sente.
Mergulha, abraça o mar!
Sente o oceano em volta,
Flutua, deixa levar.
Leveza, natureza.
Quanta beleza! 

Carola Guimarães

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Até logo

Um passo pra frente,
Dois pra trás.
Recuar.
Não dar lugar!
Não materializar!
Sem tocar, sem olhar!
Pra não perder,
Sem perceber.
Sem faíscas,
Sem energizar. 
Deixa apagar.
Quando for embora
Eu fecho a porta.
Tranco, sem volta!
Ansiedade, pode ir
Sem demora! 

Carola Guimarães

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Querido Hacker

É engraçado demais a sensação de estar grampeada, hackeada.
Sei que não serei materialmente roubada,
Mas cada palavra é vigiada.
Quer saber tudo que eu penso sobre você?
Não é assim que se vê.
Mas não quero perceber,
Procure o melhor que há em você!

Não é assim que quero que me veja,
Em outro ângulo, tento ser imitadora.
Ele jamais perderia a paciência,
Mesmo chateado, daria amor.

O que eu mostro aqui não é totalmente real!
Ah, se pudesse entrar na minha cabeça,
Veria o melhor e o pior na mesma peça.

Tantos odiaram um Cristo que era amor,
Como agradar a todos sendo quem sou?
Apesar disso, a coisa mais importante:
Preciso emanar amor, precisa ser constante!

A gente é vitrine todo dia,
Impossível guardar tudo do lado de dentro!
O que você está transparecendo?

Carola Guimarães

P. S.: Ontem Thiago me disse: "Amor, você tá muito agressiva!" Respondi que pelo menos é agressividade poética, fica mais sutil! Mas a verdade é que eu não posso ser assim. Eu não sou assim. O mundo vai tentar todos os dias corromper seu coração, seus sentimentos, tirar sua paz! Que Deus quebre meu coração todos os dias, que o refaça em amor e humildade. Preciso de um coração melhor... 

Ahhh, e não estou Hackeada de verdade (acho que não! Kkkk) prefiro não acreditar em teorias da conspiração. Mas todos os dias tem alguém observando quem você é, então seja o seu melhor a cada dia!

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Olhos abertos

É uma pena que pense isso ao meu respeito.
Cada um tem seu bônus e seus defeitos,
Espere que o mal estar se perca com o tempo.
Tantas vezes que me senti usada e manipulada...
Quantas vezes eu havia sido alertada...
E insistia, não me afastava.
Foram tantos que me questionaram sobre você,
E eu tentava lhe blindar, nem sei porque.
Agora, olhos abertos, o que cerca cada uma de nós?
Não vou questionar quem eu sou,
Não vou procurar pedaços do que quebrou,
Narciso não acha bonito o que não é espelho.

Carola Guimarães

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Raridade

Ainda guardo sorrisos antigos.
Bons filmes, boas séries,
Bons papos e até bons silêncios.
Bons amigos guardados comigo.

Quando a gente acha que o mundo tá perdido
E ninguém é de verdade,
Deus revira o sentido, e mostra um tesouro de sinceridade.
Você não precisa ter medo de falar nada,
Há entrega, não levanta a guarda.
Não pisa em ovos, há leveza.
É ali que você se sente bem,
Mesmo que na tristeza.
Fica do lado, ainda que no silêncio,
E isso já traz conforto.
Sorrisos são fáceis e sinceros,
As brigas são apenas um paralelo.
Não precisa diminuir pra caber,
Nem aumentar pra preencher,
É simplesmente ser!

Encontre as peças raras, 
Valorize, entenda que são caras.
Você não precisa comprar um amigo,
Os de verdade não tem preço, não são vendidos.

Carola Guimarães

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Águas Abertas

Baterias recarregadas,
Começa um novo dia
O sol nasce lá fora
Ilumina, traz energia.
Vou a caminho do mar,
Mergulhar, abraçar, salgar
Um tempero pra acordar...
Vamos nadar?

Carola Guimarães 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Velocista

Olhos imaturos, tão cheios de vida. 
A pele transparece algumas cicatrizes,
Mas não identifico suas feridas.
Escolhas pra viver bem,
Com tantas perdas que tem.
Dê sempre o seu melhor
Que o melhor vem também.
Enigmas disfarçados de brincadeira,
De longe uma seriedade, até que se perceba.
Reclamações infinitas,
1 segundo pra próxima série.
Gratidão sobre a pele, 
Olhe para o que é leve!
Seja o seu melhor a cada dia,
Não esqueça, sorria!
Abrace a vida com braçadas fortes,
AN1, supere seu próprio recorde!

Carola Guimarães

domingo, 6 de fevereiro de 2022

50 metros

Quando comecei, sem entender
Um surto, sem querer.
Eu não posso ir além,
Resta agora esquecer.
Imaginei retroceder
De onde começou, desfazer
O que eu vou fazer?
Respostas que eu já tenho
Basta olhar, já vejo!

Por Carola Guimarães